Terminais de Contentores em Portugal: Que Futuro como Polos de Desenvolvimento do País?
A sessão da ADFERSIT que decorreu no dia 14 de Maio de 2013 sobre «Terminais de contentores em Portugal: Que futuro como pólos de desenvolvimento do país?», no auditório da Transtejo, foi muito interessante e rica pela diversidade de opiniões.
Foi defendida a importância dos terminais de contentores da margem norte do Tejo, na zona da Matinha e Santa Apolónia. Os oradores defenderam que a Trafaria faz sentido se um operador mundial ali quiser construir um terminal de transhipment e realizar o investimento à sua conta, terminal e acessos, assumindo as condições de mercado, com risco zero para o contribuinte, mesmo no caso de abandono do terminal a meio da sua exploração.
Todos concordaram com o potencial de mercado espanhol, admitindo, no entanto, não ser fácil a sua exploração, como se comprova pelas tentativas ao longo de anos. O potencial de transhipment existe face à localização geoestratégica de Portugal, mas depende do interesse de alguma linha marítima de contentores específica e não do mercado. Quanto ao transporte de contentores centrado no mercado nacional consideram já existir oferta suficiente para os próximos 10 a 20 anos.
O Dr. Carlos Vasconcelos da MSC defendeu que a construção de um novo terminal para o transhipment deveria ser localizado em Sines. A Trafaria não tem futuro e Alcântara é uma batalha perdida, devendo apostar-se em Santa Apolónia. Também, o porto de Leixões, a prazo, não tem futuro e que a alternativa é Aveiro. Portugal tem terminais de carga com capacidade instalada excedentária.
O Prof. Crespo de Carvalho defendeu, no caso do terminal a construir ser apenas para complementar as cargas de Lisboa no tráfego nacional, que o investimento público já realizado em Setúbal tem capacidade disponível e substitui claramente. Basta dragar o canal da barra do Sado, com um valor 10 vezes menor. Não tem sentido a aposta na Trafaria, também por causa dos acessos. Face à capacidade esgotada do porto de Leixões considerou Aveiro a alternativa.
O Cte. João Soares defendeu que o novo terminal de contentores da Trafaria só se deve realizar existindo algum interessado que pague a infra-estrutura do terminal, sem risco para o Estado na sua construção e exploração, e que o investimento público a realizar nos acessos seja rentável para o Estado. Invocou a necessidade de continuar a investir nos portos nacionais, com o envolvimento dos interessados.
Todos defenderam que o porto de Leixões está no limite de capacidade para contentores nos próximos anos. Uns defendem dragar Aveiro, outros que não faz sentido pelo investimento que implicaria.
Videos da Sessão:
Prof. Augusto Felicio - link
Presidente do Centro de Estudos de Gestão do ISEG
Dr. Carlos Vasconcelos - link e link
Administrador da MSC
Prof. Crespo de Carvalho - link e link
Professor no ISCTE, Administrador da Sportgabe SA, Proprietário da Egicar Lda.
Comandante João Soares - link e link
Diretor Geral da Logimaris
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Debate - link