A Estação Central de Lisboa e o novo Atravessamento Ferroviário do Tejo
CONTEXTO DO DEBATE
O PNI 2030, na sua versão oficial aprovada pelo Governo, inscreve dois importantes investimentos nas infraestruturas ferroviárias:
- A nova Linha de AV Lisboa/ Oriente – Porto/Campanhã com um tempo objetivo de percurso de 1 h e 15 min., com duas fases de construção: Porto-Soure e Soure – Lisboa e com prazo de construção até 2030.
- Os Estudos de viabilidade do novo atravessamento ferroviário do Tejo como condição estrutural de fluidez e capacidade das mercadorias e também de ganhos de tempo e qualidade nas relações do Alentejo, Algarve e Espanha e ainda como missing link da rede ferroviária da AML.
Estes investimentos estão decididos e assumidos numa ótica de implementação dos dois eixos estruturais de dimensão ibérica, materializados na sua configuração final, nas duas relações de AV: Lisboa – Porto – Braga e Lisboa – Madrid.
Este sistema bi-axial terá a sua “rótula” na AML, materializada num novo “centro de transferências” e de dinamização económica (muito mais do que uma interface intermodal) com profundo impacto nas políticas de ordenamento metropolitano e no reequilíbrio de polaridades do terciário e de efeitos estruturantes no crescimento económico regional.
No caso vertente de Lisboa-Oriente, a primeira questão será o de saber se esta instalação reúne as necessárias condições para desempenhar cabalmente este duplo papel de “centro de transferências” futuro e de “nó” operacional destes dois eixos ibéricos de AV.
Naturalmente que o layout e modelo de exploração da atual Estação não suporta estes débitos futuros, acrescido da total ausência de instalações de manutenção /tratamento de composições.
Por outro lado, a linha AV da Estremadura tem prevista a sua conclusão na segunda metade da década e nem a atual ponte 25 Abril nem a sua amarração à Linha de Cintura suportam canais adicionais de AV face aos atuais tráfegos do Sul, agravados com a futura ligação da L. Cascais à Cintura com execução terminada em 2027, segundo o PNI 2030.
Assim, o novo atravessamento ferroviário do Tejo revela-se agora mais do que nunca um requisito essencial na nova ligação ferroviária AV Lisboa- Madrid de elevado valor acrescentado, devendo evitarem-se soluções intercalares de transitoriedade, sempre de baixa qualidade e que só servem para desacreditar este modo no mercado e minar a sua atratividade.
Foi, pois, o momento certo para uma reflexão mais aprofundada destes dois grandes investimentos através de processos consistentes e suportados em robustas metodologias de decisão, de planeamento e de execução, com vista ao imperativo do alinhamento das suas temporalidades com as dos investimentos conexos e já inscritos no PNI2030.
Resumos das intervenções:
- Notas de contexto para o debate - link
Eng. Ernesto Martins de Brito (moderador) - Ordenamento e Coesão Territorial - link
Prof. Paulo Pinho - Mobilidade agregada regional, nacional, internacional e intermodalidade - link
Prof. Fernando Nunes da Silva - Eficiência e sinergias operativas da Rede Ferroviária Nacional - link
Eng. Manuel Cidade Moura - Perspetiva socioeconómica, financiamento e sustentabilidade orçamental - link
Prof. Augusto Mateus
Se não teve oportunidade, assista no canal da ADFERSIT à videoconferência integral:
https://youtu.be/eOuW2zDtnkQ