Que ligações à Europa?
RESUMO E PRINCIPAIS CONCLUSÕES
O modelo de desenvolvimento do território nacional tem como objetivos o aumento da competitividade, o reforço da coesão interna e a descarbonização.
Aumentar a competitividade exige:
• Ganhar escala, “cosendo” o território de modo a que todo ele participe nas oportunidades que venham a ser criadas;
• Otimizar o investimento já realizado em infraestruturas nodais e redes, através de uma maior integração logística e uma repartição modal mais eficiente – atendendo a que a rede rodoviária nacional está já entre as melhores da Europa, que alguns dos nossos portos têm vindo a apresentar crescente capacidade competitiva, e, que são expectáveis maiores limitações no endividamento e em novos financiamentos comunitários;
• Dar prioridade a intervenções estratégicas e aos investimentos que tragam o maior contributo para a economia nacional, nomeadamente:
- Construir uma linha de Alta Velocidade Braga/Setúbal para serviço de passageiros, com tempo de viagem Porto/Lisboa de cerca de 1 hora e 15 minutos, com posterior ligação a Espanha (Galiza). Esta linha integrará um território - uma grande área metropolitana - que é a de maior escala na fachada Atlântica (8/10 milhões de habitantes) e cuja construção deve obedecer aos seguintes requisitos:
- Em canal próprio, para que na restante rede aumente a capacidade para serviços regionais e urbanos de passageiros e para mercadorias;
- Em bitola ibérica, para que viabilize, para além das ligações diretas entre os nós principais, ter alguns comboios que podem transitar para a rede não AV, possibilitando conexão mais rápida a outras capitais regionais que, desse modo, participarão da dinâmica metropolitana;
- Acautelando a possibilidade de migração para bitola UIC, quando do lado de Espanha e de França estiverem criadas as condições que viabilizem e justifiquem essa transição;
- Prevendo uma ligação direta ao aeroporto Sá Carneiro e ao futuro aeroporto a construir na região de Lisboa, e não uma ligação através de ramal. - Assegurar, através dos investimentos em curso e dos previstos no PNI2030, a eficiente ligação dos portos nacionais à rede ferroviária e a sua conexão com Espanha numa ótica de transporte de mercadorias;
- Melhorar a competitividade dos portos nacionais relativamente às cargas destinadas a exportação e que podem ser movimentadas por caminho de ferro criando condições para um aumento do volume de carga, por concentração, em função de uma maior especialização de alguns portos o que poderá implicar uma reorientação estratégica através do investimento público ou mesmo algum ajustamento no modelo de governação dos portos principais, no sentido de uma maior integração;
- Criar condições ao nível de plataformas logísticas associadas aos portos e ao modo ferroviário e ao do rodoviário para assegurar que nas operações de transbordo entre modos possa ocorrer uma maior incorporação de valor acrescentado, com especial destaque para uma plataforma logística de consolidação pré-fronteira;
- Ter presente que relativamente ao novo aeroporto não está em causa uma infraestrutura de serviço à região de Lisboa, mas de âmbito nacional e internacional, sendo as melhores soluções, quer de localização quer de integração modal, as que criarem condições para que o país tenha à sua disposição dois aeroportos, sendo as opções de utilização dos passageiros feitas em função da distância e da frequência dos serviços disponíveis.
Se não teve oportunidade, assista no canal da ADFERSIT à videoconferência integral: https://youtu.be/9GTl7_zT6o8
Moderador:
- Pedro Siza Vieira
Ex-Ministro da Economia e Transição Digital | Presidente do XV Congresso Nacional da ADFERSIT
Oradores:
- José Manuel Viegas
Professor Emérito do IST - António Ramalho
Ex-Presidente do Novobanco