Pedro Nuno Santos: CP precisa de ser “honesta e pontual”

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, afirmou hoje, no Parlamento, que a CP – Comboios de Portugal precisa de fazer escolhas e de ser honesta e pontual, apesar dos constrangimentos da ferrovia portuguesa.

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LUSA/MÁRIO CRUZ

Para o governante, que falava durante uma audição parlamentar na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, a companhia precisa de “fazer escolhas” para atingir o objectivo de ser “uma empresa honesta, que não prometa aos portugueses que usam a ferrovia o que não consegue cumprir”.

Diariamente, “temos supressões que não conseguimos evitar. A CP tem que garantir [que é] uma empresa honesta, pontual, que cumpra os seus horários”, acrescentou.

No entanto, o governante admitiu que as infra-estrutura ferroviária “está ultrapassada”, provocando constrangimentos à própria operação da CP/EMEF, a que acrescem as dificuldades provocadas pelos comboios da empresa que já “têm décadas”.

Durante a sua intervenção inicial, o governante reconheceu ainda os atrasos no programa Ferrovia 2020, ressalvando que o mais importante “é perceber as razões desses atrasos”, de modo a retirar “lições”.

Os revisores, trabalhadores de bilheteiras e outros funcionários da CP entregaram um pré-aviso de greve para os dias 20 e 21 de Maio, revelou hoje à agência Lusa o presidente do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI).

Luís Bravo adiantou que a paralisação nacional foi convocada para protestar contra o “incumprimento de dois acordos que o Governo fez com este sindicato, o primeiro em Setembro de 2017 que visava recrutar 88 trabalhadores para a área comercial e que ainda não está concretizado”.

A outra promessa que o SFRCI diz ter falhado é “a negociação do acordo colectivo de trabalho, que tem 20 anos, e que deveria ter sido finalizado até 30 de Setembro. Só amanhã [terça-feira] é que vai ter a primeira a reunião de negociação”, lamentou o dirigente sindical.

Montijo: Atrasos vão significar perdas de “milhares de milhões de euros”

O ministro das Infraestruturas alertou, por outro lado, que qualquer iniciativa que atrase a construção do novo aeroporto vai implicar perdas de “milhares de milhões de euros” nas exportações e receitas, tendo também impactos ao nível do trabalho.

“Qualquer iniciativa que atrase a construção do novo aeroporto [vai levar a um] prejuízo de milhares de milhões de euros de exportações, receitas […] e com impactos para o trabalho”, afirmou Pedro Nuno Santos.

O governante reiterou ainda que o aeroporto de Lisboa já atingiu “um nível de saturação”, o que vai levar já este ano à “perda de voos, passageiros e receitas”.

Em 12 de Abril, a ANA – Aeroportos de Portugal disse à Lusa que o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do aeroporto do Montijo estava concluído.

“A ANA confirma que, de acordo com o prazo previsto, o EIA está finalizado e a ser submetido, sendo a submissão feita através de carregamento do EIA na plataforma da Agência Portuguesa do Ambiente”, afirmou, na altura, fonte oficial da gestora dos aeroportos portugueses.

O ministro das Infraestruturas indiciou que o processo está agora na Agência Portuguesa do Ambiente (APA), onde vai decorrer durante o prazo de cerca de seis meses.

“Temos sempre uma tendência para nos focarmos nos aspectos negativos do investimento no aeroporto, mas não há localização que não tenha impactos ambientais”, concluiu Pedro Nuno Santos.

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