EDP, Galp, REN, Martifer e Vestas juntas em projeto para o hidrogénio
Consórcio junta as maiores empresas portuguesas de energia e ainda inclui a dinamarquesa Vestas, para estudar a viabilidade de um investimento em até 1 gigawatt de eletrolisadores
Consórcio junta as maiores empresas portuguesas de energia e ainda inclui a dinamarquesa Vestas, para estudar a viabilidade de um investimento em até 1 gigawatt de eletrolisadores
Jornalista
A EDP, a Galp, a REN, a Martifer e a dinamarquesa Vestas decidiram juntar-se no consórcio H2Sines para promover um cluster industrial em Sines para desenvolver o hidrogénio verde, cuja concretização dependerá de um projeto-piloto que terá 10 megawatts (MW) de eletrolisadores.
O projeto, que está entre os aprovados pelo Governo para poder disputar a atribuição de apoios públicos, admite crescer para 1 gigawatt (GW) de capacidade de eletrólise, que será alimentada com até 1,5 GW de capacidade de produção de eletricidade renovável.
"O projeto prevê também a criação de uma componente industrial de produção de equipamentos de valor acrescentado para projetos de hidrogénio e o desenvolvimento de um cluster de I&D+I de referência internacional, que conta já com o apoio de mais de 20 empresas, institutos e universidades nacionais", referem as empresas fundadoras do consórcio em comunicado.
Esta é uma cooperação rara entre empresas concorrentes, já que EDP e Galp são hoje operadores que disputam não só o mercado do gás natural (onde o hidrogénio verde poderá entrar) como também o da eletricidade (onde tanto a EDP como a Galp apresentam ambições na produção de energia solar).
No passado a Galp e a Martifer já estiveram juntas no consórcio Ventinveste, para o desenvolvimento de 400 megawatts de capacidade eólica, mas o projeto acabou por não ser bem sucedido e a maior parte dos projetos foram mais tarde adquiridos pela EDP.
O consórcio não avançou quaisquer estimativas dos montantes que irá investir nesta aposta.
O comunicado divulgado nota que "o projeto compreende uma importante dimensão internacional, tanto pela sua vocação exportadora, como pela mobilização de parceiros com vasta experiência na cadeia de valor do hidrogénio".
O Ministério do Ambiente anunciou também em comunicado ter pré-selecionado 37 projetos (metade das candidaturas) para a preparação da candidatura portuguesa aos "projetos importantes de interesse comum europeu" (IPCEI).
Estes 37 projetos representam um investimento de 9 mil milhões de euros, um pouco mais de metade dos 16 mil milhões que o Governo tinha anunciado como intenções de investimento no hidrogénio verde.
Mas mesmo os projetos não selecionados para a candidatura ao IPCEI, que permitirá disputar financiamento comunitário para o hidrogénio verde, poderão concorrer a financiamento nacional, incluindo a chamada de candidaturas para uma primeira distribuição de apoios no valor de 40 milhões de euros, a realizar ainda este ano.
"As propostas apresentadas no âmbito da manifestação de interesse que tiveram parecer desfavorável do Comité de Admissão continuam a ser uma mais valia na cadeia de valor do hidrogénio e na prossecução da Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2)", nota o Governo.
"Poderão, por isso, candidatar-se ao aviso do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, no valor de 40 milhões de euros, bem como a outras fontes de financiamento setoriais e disponíveis no âmbito do Portugal 2020 e, ainda, a fontes europeias (por exemplo, o programa Horizon Europe)", explica o Ministério do Ambiente.
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