Economia

EDP, Galp, REN, Martifer e Vestas juntas em projeto para o hidrogénio

Consórcio junta as maiores empresas portuguesas de energia e ainda inclui a dinamarquesa Vestas, para estudar a viabilidade de um investimento em até 1 gigawatt de eletrolisadores

EDP, Galp, REN, Martifer e Vestas juntas em projeto para o hidrogénio

Miguel Prado

Jornalista

A EDP, a Galp, a REN, a Martifer e a dinamarquesa Vestas decidiram juntar-se no consórcio H2Sines para promover um cluster industrial em Sines para desenvolver o hidrogénio verde, cuja concretização dependerá de um projeto-piloto que terá 10 megawatts (MW) de eletrolisadores.

O projeto, que está entre os aprovados pelo Governo para poder disputar a atribuição de apoios públicos, admite crescer para 1 gigawatt (GW) de capacidade de eletrólise, que será alimentada com até 1,5 GW de capacidade de produção de eletricidade renovável.

"O projeto prevê também a criação de uma componente industrial de produção de equipamentos de valor acrescentado para projetos de hidrogénio e o desenvolvimento de um cluster de I&D+I de referência internacional, que conta já com o apoio de mais de 20 empresas, institutos e universidades nacionais", referem as empresas fundadoras do consórcio em comunicado.

Esta é uma cooperação rara entre empresas concorrentes, já que EDP e Galp são hoje operadores que disputam não só o mercado do gás natural (onde o hidrogénio verde poderá entrar) como também o da eletricidade (onde tanto a EDP como a Galp apresentam ambições na produção de energia solar).

No passado a Galp e a Martifer já estiveram juntas no consórcio Ventinveste, para o desenvolvimento de 400 megawatts de capacidade eólica, mas o projeto acabou por não ser bem sucedido e a maior parte dos projetos foram mais tarde adquiridos pela EDP.

O consórcio não avançou quaisquer estimativas dos montantes que irá investir nesta aposta.

O comunicado divulgado nota que "o projeto compreende uma importante dimensão internacional, tanto pela sua vocação exportadora, como pela mobilização de parceiros com vasta experiência na cadeia de valor do hidrogénio".

Governo seleciona projetos de 9 mil milhões de euros

O Ministério do Ambiente anunciou também em comunicado ter pré-selecionado 37 projetos (metade das candidaturas) para a preparação da candidatura portuguesa aos "projetos importantes de interesse comum europeu" (IPCEI).

Estes 37 projetos representam um investimento de 9 mil milhões de euros, um pouco mais de metade dos 16 mil milhões que o Governo tinha anunciado como intenções de investimento no hidrogénio verde.

Mas mesmo os projetos não selecionados para a candidatura ao IPCEI, que permitirá disputar financiamento comunitário para o hidrogénio verde, poderão concorrer a financiamento nacional, incluindo a chamada de candidaturas para uma primeira distribuição de apoios no valor de 40 milhões de euros, a realizar ainda este ano.

"As propostas apresentadas no âmbito da manifestação de interesse que tiveram parecer desfavorável do Comité de Admissão continuam a ser uma mais valia na cadeia de valor do hidrogénio e na prossecução da Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2)", nota o Governo.

"Poderão, por isso, candidatar-se ao aviso do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, no valor de 40 milhões de euros, bem como a outras fontes de financiamento setoriais e disponíveis no âmbito do Portugal 2020 e, ainda, a fontes europeias (por exemplo, o programa Horizon Europe)", explica o Ministério do Ambiente.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mprado@expresso.impresa.pt

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