MOBILIDADE: Infraestruturas indispensáveis ao crescimento

MOBILIDADE: Infraestruturas indispensáveis ao crescimento

Tópicos:

  • Novo Aeroporto para Lisboa
  • Soluções Ferroviárias – eixo Norte/Sul e ligação Lisboa/Madrid
  • Nova Travessia no Tejo

RESUMO e principais conclusões:

Infraestruturas desta natureza não servem o país isoladamente. De forma articulada devem servir um determinado projeto de desenvolvimento, com uma dada territorialidade.

Um projeto de desenvolvimento, que resultará de uma análise integrada das possibilidades de internacionalização do país e dos objetivos de reforço da coesão interna e da promoção da descarbonização, análise que se encontra plasmada em documentos mandatários como o PNPOT, a Estratégia Portugal 2030 e o Roteiro para a Neutralidade Carbónica.

Adotar como abordagem metodológica a Avaliação Ambiental Estratégica permitirá centrar a análise no potencial de desenvolvimento que essas infraestruturas permitirão assegurar. Permitirá, igualmente, começar por debater soluções e só depois localizações.

Relativamente ao AEROPORTO é indispensável assumir claramente o que se pretende, não parecendo aceitável que o investimento num novo aeroporto possa visar outro objetivo que não o de dotar o país de uma infraestrutura de vocação nacional e internacional.

E, nessa perspetiva, ter presente que não está em causa apenas a relocalização de uma infraestrutura, mas a criação de condições para a instalação de uma “cidade aeroportuária” – um conglomerado de atividades logísticas, serviços e terciário global, uma plataforma criadora de riqueza.

De modo não planeado e com as limitações que desse facto decorreram, foram se instalando à volta do aeroporto de Lisboa atividades que hoje asseguram cerca de 15 000 empregos – a maior zona de concentração de emprego em Lisboa. A criação de condições para a instalação de uma cidade aeroportuária planeada permitirá potenciar em muito os valores atuais.

Na solução/localização que vier a ser escolhida terá que estar presente que a transferência desta atividade associada ao aeroporto irá ser feita de forma gradual, ao mesmo tempo que liberta espaços para a instalação de novas atividades urbanas com interesse para Lisboa e a área metropolitana, dadas as excelentes acessibilidades de que disfruta.

A solução Portela como HUB é totalmente ineficiente nesta perspetiva.

A localização “Alcochete”, em terrenos públicos, parece ter boas condições de partida para dar resposta a estes objetivos. No entanto, seguindo a metodologia de uma Avaliação Ambiental Estratégica, a inclusão de outras localizações que possam responder a este desiderato não deve ser excluída à partida.

Relativamente às SOLUÇÕES FERROVIÁRIAS, em termos nacionais, o eixo norte/sul (Porto/Lisboa), em canal próprio e assegurando tempos de percurso pouco superiores a uma hora, com ligação à Galiza, e um eixo estruturante do território algarvio com ligação a Espanha, devem ser os investimentos prioritários - com interesse nacional superior à ligação em alta velocidade Lisboa/Madrid.

Entende-se mal e considera-se insuficientemente fundamentada a decisão recente de construir o novo eixo ferroviário norte/sul em bitola ibérica, uma vez que que se pretende a sua integração com a rede de alta velocidade ferroviária espanhola, que já está em bitola UIC.

Relativamente à TERCEIRA TRAVESSIA DO TEJO a sua decisão deverá resultar da sua articulação com as restantes infraestruturas, mas, com os dados até aqui disponíveis, tudo indica que sendo necessária deverá ser uma travessia ferroviária e localizada a norte de Lisboa.


Se não teve oportunidade, assista no canal da ADFERSIT à videoconferência integral: https://youtu.be/9GTl7_zT6o8




Moderador:

Fernando Nunes da Silva

   Professor Catedrático do IST/UL

Oradores:

Luís Braga da Cruz

    Ex-Ministro da Economia  |  Ex-Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte

Maria Rosário Partidário

    Professora Catedrática do IST/UL

Augusto Mateus

    Ex-Ministro da Economia


Partilhar