Situação do Plano de Investimentos “Ferrovia 2020”
No passado dia 10 de Março, a ADFERSIT realizou uma Sessão Técnica sobre o ponto de situação Plano de Investimentos “Ferrovia 2020” que contou com a presença do Vice-Presidente da IP-Infraestruturas de Portugal, Eng. Carlos Fernandes.
Ancorado no Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas (PETI3+), o “Ferrovia 2020” tem associado um pacote financeiro que ascenderá a mais de 2 mil milhões de euros.
Este plano promove o reforço da conectividade interna e internacional (às escalas nacional e ibérica), através da requalificação e modernização de grande parte da rede ferroviária nacional.
Como principais objetivos do “Ferrovia 2020” poder-se-ão destacar os seguintes:
- a implementação de uma rede que permita a circulação de comboios de mercadorias com 750m nos principais eixos nacionais e nas ligações internacionais através do aumento do comprimento útil das estações e construção de novas estações técnicas;
- a eletrificação dos corredores complementares e
- o reforço da segurança instalando sistemas de sinalização interoperáveis.
No terreno, as intervenções do “Ferrovia 2020” destinam-se, fundamentalmente, ao apoio ao transporte de mercadorias nos seguintes 4 corredores.
> CORREDOR INTERNACIONAL SUL
Permite o alargamento do hinterland portuário de Sines, Setúbal e Lisboa, assegurando a ligação ferroviária entre o sul de Portugal e a Europa, através da fronteira do Caia, contribuindo significativamente para um transporte de mercadorias mais eficiente.
Assegurará uma ligação direta entre Sines e Elvas/Caia, reduzindo em cerca de 1h30 o tempo de trajeto, nomeadamente pela utilização de comboios de tração elétrica, aumentando a capacidade de transporte para mais do dobro da atual e melhorando as condições de segurança com a instalação de sinalização eletrónica.
Permitirá, ainda reduzir a sinistralidade rodoviária através de eliminação ou desnivelamento dos atravessamentos rodoviários e da transferência do transporte de mercadorias do modo rodoviário para o ferroviário.
> CORREDOR INTERNACIONAL NORTE
Permite a consolidação da ligação entre os portos de Leixões e Aveiro e plataformas logísticas, a Espanha e ao resto da Europa, através da fronteira de Vilar Formoso.
Este corredor permitirá aumentar a capacidade diária do transporte para mais do dobro da atual.
Permitirá, ainda, a circulação de comboios pela linha da Beira Baixa, que será reaberta ao tráfego entre Covilhã e Guarda.
Reduzirá a sinistralidade rodoviária através de eliminação do desnivelamento dos atravessamentos rodoviários e da instalação de sinalização eletrónica.
> CORREDOR NORTE-SUL
Investimento estruturante nas linhas do Minho e do Norte que permite uma melhoria da ligação ferroviária entre o Eixo Atlântico de Portugal e o resto da Europa, através da fronteira de Valença.
Na linha do Minho prevê-se a redução do tempo de trajeto com a utilização de comboios de tração elétrica e da eliminação da rotura de carga em Nine, o aumento da segurança ferroviária e rodoviária através da supressão de passagens de nível e da construção de desnivelamentos, o aumento da segurança e da fiabilidade da operação através da instalação de um novo sistema de sinalização e telecomunicações e da capacidade atual para mais do triplo da atual.
> CORREDORES COMPLEMENTARES
Neste lote de intervenções destaca-se a eletrificação da Linha do Doutro entre Caíde-Marco de Canavezes-Régua e da Linha do Algarve entre Tunes-Lagos e Vila Real de Santo António e Faro, bem assim como a modernização e eletrificação da Linha do Oeste entre Meleças e Caldas da Rainha.
O Plano “Ferrovia2020” encontra-se numa fase crucial do seu desenvolvimento, na qual fica evidente com a transição da fase de projeto para a sua concretização no terreno conforme se constata pelo volume de obras em realização.
O desenvolvimento do “Ferrovia 2020” tem, no entanto, sido penalizado pela falta de capacidade de resposta dos projetistas e empreiteiros.
Neste gráfico, que mostra o andamento do Plano “Ferrovia 2020” desde o seu início, se confirma a sua conclusão em 2023.
No final de Março do corrente ano, estavam em fase de obra ou já concluídos 69% dos investimentos previstos, como se pode constatar no gráfico seguinte.
A ADFERSIT agradece à IP-Infraestruturas de Portugal e ao seu Vice-Presidente, Eng. Carlos Fernandes, a presença nesta Sessão Técnica e os rigorosos esclarecimentos prestados.