Plano Ferrovia 2030

Plano Ferrovia 2030

ADFERSIT considera prematuro qualquer juízo sobre este importante Plano de investimentos da Ferrovia, limitando-se a continuar a expressar preocupações sobre a eventual ausência de investimentos em projectos que consideramos prioritários, nomeadamente os que dizem respeito à integração de Portugal nas Redes Globais.

Atendendo a não ser ainda conhecida a versão definitiva do Plano Ferrovia 2030, a ADFERSIT considera prematuro qualquer juízo sobre este importante Plano de investimentos da Ferrovia, limitando-se a continuar a expressar preocupações sobre a eventual ausência de investimentos em projectos que consideramos prioritários, nomeadamente os que dizem respeito à integração de Portugal nas Redes Globais, o que para o modo ferroviário implicará as ligações da nossa Rede Ferroviária Nacional na Rede Ferroviária Europeia.

Sem dúvida que a abertura do debate sobre as linhas essenciais do futuro Plano 2030, ocorridas em Junho no LNEC e durante o qual o Primeiro Ministro apontou a necessidade de serem prioritários os projectos que assegurem a ligação de Portugal às Redes Globais (Transportes, Energia e Comunicações), foi definido um ajustado rumo para o futuro do Sector Ferroviário em Portugal e para a elaboração do referido Plano.


Já relativamente à intenção dos investimentos previstos no Programa Nacional de Investimentos 2030, que tem sido noticiados por diversos Órgãos de Comunicação Social, nomeadamente a proposta de dotar o Sector Ferroviário em cerca de 1.500 mil milhões de euros, a ADFERSIT congratula-se com a preocupação expressa pelo Ministério do Planeamento das Infraestruturas com a situação negativa relativamente à capacidade da Linha do Norte, com particular relevância para os troços correspondentes aos Serviços Suburbanos de Lisboa e Porto. A reconhecida dificuldade estrutural, já sentida e publicamente manifestada pelos operadores de mercadorias, na realização de comboios de mercadorias com 750 metros de comprimento na Linha do Norte, a par do crescente congestionamento de via para a obtenção de futuros "slots" para o transporte de mercadorias, são importantes constrangimentos que importa remover através de medidas concretas que apostem no modo ferroviário.


De qualquer forma, numa altura em que muitos países europeus como a Alemanha decidem privilegiar o modo ferroviário de mercadorias, concedendo importantes apoios a este tipo de transporte que permitam introduzir uma concorrência mais transparente entre os modos rodoviário e ferroviário com a finalidade de propiciarem a criação de incentivos benéficos para o Ambiente e Mobilidade, torna-se imperioso a aposta de Portugal na ferrovia, nomeadamente nas ligações internacionais que asseguram as nossas principais exportações, o que é contraditório com a recente redução das portagens a ser cobradas em algumas autoestradas dessas ligações no transportes rodoviário de Mercadorias.


A anunciada intenção de reduzir para o patamar das 2 horas as ligações ferroviárias Lisboa-Porto e a criação de condições que permitam a futura migração da bitola no eixo Norte/Sul - o que obrigará a iniciar a quadruplicação da via nos troços mais congestionados e a consequente libertação de canais para a circulação das mercadorias - não só são positivas como são indispensáveis para potenciar o crescente tráfego de mercadorias.


Já relativamente à grave situação da Linha de Cascais, a ADFERSIT continua a não acompanhar a inexplicável indecisão sobre o futuro desta linha, enquanto solução para os movimentos diários pendulares de dezenas de milhares de passageiros que são servidos por esta importante infraestrutura. A assumida disponibilidade de 50 milhões de euros, já aprovados e anunciados pelo Ministério do Planeamento das Infraestruturas para serem investidos no imediato na melhoria da Oferta desta linha, continua ensombrada pela manifesta teimosia em procurar enquadrar, na referida reabilitação da linha de Cascais, projectos de maior exigência de investimentos, de problemática exequibilidade em termos da infraestrutura existente e de duvidosa rentabilidade ao nível da análise custo/benefício.

Com os nossos melhores cumprimentos,

Presidente da Direção
Tomaz Leiria Pinto

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