As potencialidades do Porto de Sines

As potencialidades do Porto de Sines

Apto a receber quaisquer navios e cargas, sem restrições, o porto de águas profundas de Sines oferece uma localização geográfica privilegiada, no cruzamento das principais rotas comerciais, que lhe permitem afirmar-se como o grande hub da fachada Euro-Atlântica, oferecendo ligações regulares aos principais centros de consumo internacionais e proporcionando às empresas localizadas no seu Hinterland uma maior competitividade nos mercados externos.

Com ligações ferroviárias diretas aos portos secos do seu Hinterland, Sines é atualmente a principal plataforma ferroviária de mercadorias do sistema portuário nacional, integrando o Corredor Atlântico da Rede Transeuropeia de Transportes. Todos os terminais têm capacidade de expansão, quer na zona molhada (postos de acostagem e cais) quer nas áreas de retaguarda (tancagem e armazenagem) possibilitando o acolhimento de novos clientes e novos projetos.

Para além da considerável capacidade de expansão nos seus terminais, Sines oferece uma ampla ZILS - Zona Industrial e Logística de retaguarda com cerca de 2.200ha, gerida pela aicep Global Parques, onde têm vindo a estabelecer-se as empresas que direta e indiretamente utilizam o porto. Também a ZILS prevê expandir-se consideravelmente, estando apta a receber novos projetos logísticos e industriais, oferecendo capacidade de crescimento até cerca de 4.200 ha.

Num contexto internacional cada vez mais competitivo e global, os portos têm vindo a adaptar-se às exigências dos mercados, sendo que, há muito deixaram de ser “apenas” um porto, mas antes plataformas onde interagem vários modos de transporte e que se estendem ao longo de toda a cadeia logística, sendo o porto (em si) mais um (importante) elo da mesma. Num setor em que as palavras-chave são, eficiência, celeridade, conectividade e, cada vez mais, simplificação de procedimentos, compete aos portos oferecer soluções integradas aos seus clientes, potenciando a fiabilidade do serviço prestado.

Ciente da sua importância no contexto nacional, e empenhado em reforçar o seu papel à escala internacional, o Porto de Sines tem vindo a fazer uma forte aposta no desenvolvimento das áreas de negócio cujo potencial de crescimento irá reforçar a sua posição nos lugares cimeiros do setor portuário Europeu.

Neste âmbito, assume especial destaque a carga contentorizada, segmento que será alvo dos principais investimentos que terão lugar no Porto de Sines, a curto e médio prazo. Desde logo, e em seguimento à assinatura do 5º Aditamento do Contrato com a PSA Sines, arrancarão a curto prazo as obras de expansão do Terminal XXI, sob a responsabilidade da concessionária, que dotarão esta infraestrutura de uma capacidade instalada de 4.1 milhões de TEU, oferecendo uma frente de cais de 1 750 m, apto a operar simultaneamente quatro dos maiores navios em operação comercial presentemente, com 400 m de comprimento fora-a-fora.

Dispondo atualmente de ligações diretas regulares (semanais e bi-semanais) aos principais centros de consumo internacionais, o Terminal de Contentores de Sines oferece soluções eficientes e competitivas aos importadores e exportadores nacionais, potenciando a economia regional e nacional. Serviços como o atualmente anunciado pela Autoeuropa, que passa a utilizar Sines para a receção de componentes com origem no Porto de Buenos Aires, são exemplo do forte impulso que a atração de novas rotas e novos negócios aportam à economia nacional, potenciando os fluxos de tráfego ao serviço dos importadores e exportadores nacionais.

Ainda na Carga Contentorizada, está no mercado o concurso internacional para a construção de um novo terminal – Terminal Vasco da Gama – cuja capacidade rondará os 3.5 milhões de TEU.

Pese embora a forte aposta no segmento da carga contentorizada, novas oportunidades de negócio perfilam no horizonte de Sines. De facto, a crescente descarbonização da economia lança novos desafios, que em Sines se centram, principalmente no Terminal Multipurpose, responsável pela importação de carvão que serve as duas centrais termoelétricas do país, cujo encerramento está previsto para os próximos três anos. Usufruindo das excelentes condições daquele terminal, quer no que diz respeito aos fundos disponíveis (-18m ZH) quer à disponibilidade de amplas áreas de terrapleno, o Porto de Sines, em colaboração com a aicep Global Parques, tem vindo a procurar novas oportunidades de negócio, nomeadamente no setor agroalimentar.

Realçando que o Porto de Sines tem um peso de 1,5% na Economia Nacional, acreditamos que o futuro próximo do complexo portuário, logístico e industrial de Sines será catalisador de novas oportunidades de negócio e investimento, ao serviço da região e do país.

16 de Março de 2020


José Luís Cacho
Presidente da Administração dos Portos de Sines e do Algarve 


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